A crescente movimentação envolvendo turismo de negócios em Goiânia tem chamado a atenção de investidores e mudado a forma de se pensar hospedagem na capital. A cidade figura entre as dez mais relevantes do país no segmento de turismo corporativo, segundo levantamento anual da Omnibees, plataforma de tecnologia que reúne mais de 7 mil hotéis e registrou 24 milhões de reservas no ano passado.
Nesse cenário de expansão, um modelo de negócio que une construção civil, tecnologia e operação hoteleira tem ganhado força. São os imóveis destinados ao aluguel por temporada, cada vez mais utilizados por executivos de empresas que passam pela cidade. A proposta vem sendo impulsionada por startups como a Seazone, fundada pelo engenheiro Fernando Pereira, e já desperta a atenção de empresários com tradição na hotelaria.
Entre os investidores está o empresário Nildomar Junior, que já atua no setor de hospedagem em diferentes Estados há algum tempo. “Temos investimentos no Tocantins, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Goiás, inclusive na área de hotelaria. Nosso propósito agora era comprar terrenos em uma região nobre de Goiânia para construir um hotel de 120 a 150 apartamentos”, conta.
O projeto, no entanto, tomou outro rumo após ele conhecer a proposta da Seazone. “Pesquisei mais sobre o modelo e desisti de construir o hotel. Em substituição, decidimos comprar a mesma quantidade de leitos com a Seazone. Já adquirimos unidades em Goiânia e Florianópolis, temos planos para Itacaré e outras localidades, e optamos por migrar para essa parceria, deixando de ampliar nossas unidades de hotelaria”, explica Nildomar.
Modelo com alta rentabilidade e diversificação
O diferencial, segundo o próprio investidor, está no custo-benefício e na escalabilidade do negócio. “Com minhas filhas, que dirigem nossa área de hotelaria, concluímos que pagar a Seazone para gerir os imóveis sai bem mais barato do que manter um hotel 24 horas com toda a estrutura e equipe. Assim, investimos menos, temos gestão profissional e ainda acreditamos em uma rentabilidade acima de 15% ao ano, que é excelente, com o patrimônio garantido”, avalia.
O modelo também se adapta ao crescimento gradativo da carteira. “O que nos levou a migrar de modelo de negócio é a possibilidade de comprar uma unidade agora, outra depois. Nosso projeto é chegar a 120 unidades, adquirindo cinco aqui, dez ali. Em um mês com fluxo de caixa maior, ampliamos o investimento. Assim, vamos pagando mensalmente, e as condições que a Seazone oferece de pagamento são muito interessantes”, destaca.
Vocação para o turismo corporativo
Para Nildomar, a escolha de Goiânia para concentrar parte de seus próximos investimentos não foi por acaso. “Gosto de cidades que não dependem do turismo tradicional, mas que são polos regionais voltados ao agronegócio, ao empreendedorismo e à indústria, por exemplo. Nesse segmento há fidelidade. O cliente retorna semanalmente, a cada 15 dias ou mensalmente, diferente do turista, que muitas vezes vem uma vez por ano e não volta. Goiânia tem esse perfil, é uma cidade de negócios”, reforça o empresário.
Ele ainda destaca outros públicos estratégicos, citando Goiânia como capital rica em universidades. “Não podemos desprezar alunos e professores que chegam na cidade para cursos e pós-graduações. É um público expressivo, formado por pessoas de fora que chegam para dar aula ou estudar, e que pode gerar locações por temporada, semestres ou até por ano”, observa.
Apartamento SPOT é aposta inovadora
Exemplo desse modelo de locação por temporada, conhecido como “SPOT”, é o Marista 144 SPOT, empreendimento lançado no Setor Marista, em Goiânia, com oportunidades a partir de R$ 220 mil e totalmente voltado para locações de curta duração. Desenvolvido a partir de estudos sobre o potencial turístico e imobiliário da região, o projeto é administrado pela Seazone e foi justamente nele que Nildomar decidiu investir.
A Seazone, com sede em Florianópolis, já administra mais de 2 mil imóveis e lidera a idealização de 33 empreendimentos próprios em diferentes fases de desenvolvimento. Um de seus diferenciais é o sistema de franquias: são mais de 80 franqueados ativos responsáveis pela operação física dos imóveis, do check-in à manutenção. Já a parte digital, como precificação dinâmica, anúncios em plataformas e gestão financeira, fica centralizada na startup, o que garante eficiência e escala.
Para investidores como Nildomar, o modelo reúne rentabilidade acima da média, segurança patrimonial e potencial de expansão. “O locatário tem uma carteira de clientes, por exemplo, que precisa visitar regularmente. Se ele se acomodar bem e gostar do empreendimento, mantém a rotina de retorno a cada 15 dias ou por mês, e pode permanecer por muitos anos”, finaliza o investidor ao garantir que está satisfeito com o novo modelo.
Fonte: Diário da Manhã - Publicado em 01/09/2025 -