Com vendas em alta, estoque de novos imóveis deve se esgotar em 8 meses
3 de setembro de 2025
Com vendas em alta, estoque de novos imóveis deve se esgotar em 8 meses
O mercado imobiliário brasileiro atravessa um momento de forte aquecimento, com ritmo de vendas superando a oferta de novos imóveis. Segundo dados da CBIC, o estoque atual de unidades residenciais novas no país é de cerca de 290 mil, volume 4,1% menor em relação ao ano anterior. No mesmo período, foram comercializadas 423 mil unidades, recorde em 12 meses e alta de quase 17%. Nesse ritmo, a projeção é que o estoque disponível se esgote em apenas 8,2 meses, o menor prazo já registrado desde o início da série histórica.
Os lançamentos também acompanham a tendência de crescimento: no primeiro semestre de 2025, foram 186,5 mil unidades lançadas, alta de 6,8% e o maior volume já registrado para um primeiro semestre desde 2006. Esse desempenho reforça a confiança das incorporadoras em ampliar a produção diante da forte demanda.
Um dos principais impulsionadores desse movimento é o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que em abril de 2025 passou a contemplar famílias com renda de até R$ 12 mil. O impacto foi imediato: as vendas dentro do programa cresceram 25,8% no semestre e 11,9% no segundo trimestre, com 102,8 mil imóveis vendidos nesse período, movimentando R$ 68 bilhões. Só no MCMV, o prazo estimado para esgotamento do estoque é de 6,2 meses.
O cenário confirma que o setor vive um ciclo de expansão robusto, sustentado pela combinação entre programas habitacionais, demanda aquecida e maior confiança do consumidor. Em 2024, a Abrainc já havia registrado avanço expressivo: vendas cresceram 11,8% e lançamentos 21,9%, com redução significativa no prazo de escoamento do estoque, tanto no médio e alto padrão quanto no MCMV.
A rápida absorção da oferta indica que, se não houver reposição compatível, pode haver pressão sobre preços nos próximos meses. Assim, incorporadoras devem seguir acelerando lançamentos, especialmente no segmento de habitação popular, onde a demanda segue firme e estimulada por políticas públicas.